Mostrando postagens com marcador MB. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador MB. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 23 de março de 2010

Por Essas e Outras que eu Pedi Baixa - Parte II

Seguindo a linha de Posts sobre a Marinha, vem outra Bomba por aí!

A onda agora é ser omisso



Os oficiais da Marinha não estão preocupados com o que está certo ou errado na Marinha. Suas decisões são não são baseadas na razão, mas sim no que é conveniente para as suas carreiras, principalmente os de alta patente.
Todo oficial subalterno está insatisfeito com um monte de coisas que acha errado na Marinha (oficial de serviço ter que dar pau no portaló; dois oficiais de serviço nos navios, porque isso faz a sua escala cair a um nível inaceitável (chaga a até 2 X 1) para um oficial das forças armadas; etc...). Mas não podemos esquecer que os oficiais generais e superiores de hoje, que não fazem nada para mudar isso, são os mesmos oficiais subalternos insatisfeitos com as mesmas coisas a alguns anos atrás. Ou seja, “enquanto me fodia nos navios da esquadra eu achava um absurdo, mas agora que estou na boa não estou nem aí pra quem está lá. Que se foda!” Eu poderia citar aqui milhares de coisas que está errado na Marinha, e todos concordariam comigo, mas nenhum oficial se atreve a agir, porque simplesmente isso não mudará em nada a carreira deles. Todos estão muito mais preocupados em bajular seus superiores para conseguirem seus cargos de comando e comissões no exterior.
Com os Suboficiais é a mesma coisa. Estes por não darem serviço (com toda justiça, diga-se de passagem, pois já pagaram a sua etapa), não correm atrás de nada para o seu pessoal, porque não querem bater de frente com as autoridades do navio para não atrapalhar uma possível adidância.
A verdade é o seguinte: os antigos só são antigos na hora de se dar bem. Mas na hora de botar à cara a tapa, na hora de correr atrás para seu pessoal, quem bate de frente são sempre os mais modernos porque se depender dos antigos...

domingo, 21 de março de 2010

Por Essas e Outras que eu Pedi Baixa - Parte I

Vou estrear hoje uma série de Posts referindo-se a coisas internas da Vida de Marujo, à qual eu fiz parte durante um ano na EAMSC em Floripa.
Recebi esse e-mail de um grande amigo Carioca, que não se identifica por motivos óbvios, e por que sente isso na pele.
Por esses absurdos e por outras coisas que eu pedi baixa ainda na Escola.
Segue o texto:
A MB não gosta do pessoal de navio 
      O pessoal de navio é sempre mais prejudicado em todos os aspectos. Sua avaliação, que é mais rigorosa que a do pessoal do “chão”, é sempre baixa em relação a este mesmo pessoal porque o militar de “bordo” está mais exposto, portanto mais suscetível a cometer falhas, que são extremamente humanas em qualquer atividade, menos na marinha. Mas, por algum motivo, as autoridades da Marinha cismam em ignorar este fato. Enquanto o cara do “chão” tem que ser muito ruim para ser conceito 4, o cara do navio tem que ser perfeito durante todo o semestre, o que não é garantia, para conseguir um conceito 5. Uma simples falha abaixa o seu conceito para 4 ou até mesmo 3.
     Sua escala se serviço pode cair até para 1 X 1 que as autoridades não estão nem aí. Enquanto nas diversas diretorias da Marinha, criadas apenas para dar emprego ao monte de almirantes que a marinha possui, a escala de serviço, quando há serviço, é de no mínimo 30 X 1 (há relatos de que algumas são 60 ou até 90 X 1). E se faltar alguém para completar a escala de serviço em algumas OMs de “chão” menos afortunadas, subordinada a essas diretorias (como o HNMD, CPRJ...), de onde a Marinha manda destacar pessoal para completar a escala de serviço?  Dos navios é claro, porque enquanto nas diretorias não se pode dar mais de um serviço por mês, nos navios pode-se dar até 15 serviços por mês.
     Sem contar o fato de por servir em um meio operativo, o pessoal do navio acaba ficando mais tempo longe de casa por causa das diversas comissões que um navio é obrigado a fazer. Mas isso não seria um problema se as autoridades que comandam os navios tivessem a consciência de solecar o pessoal quando o momento permitisse. Mas algumas autoridades acham que o pessoal não pode ter a vida facilitada, com a desculpa de queda de nível do adestramento, como se esses homens não fossem profissionais e não merecessem, no mínimo, o beneficio da dúvida. Acham que as praças só funcionam sob pressão e chicotada. E por isso escornam mais ainda os verdadeiros marinheiros (digo verdadeiros porque na minha humilde opinião, marinheiro é o homem do navio, do mar... Os homens de terra são apenas soldados). Como fazem isso? Criam serviços extras quando vêem que a escala esta “boa” (a escala do navio é no máximo 5 X 1); criam faxinas extra em que o pessoal é obrigado a ficar após o expediente para terminá-las... 
     Também há o fato de que se surgir um desembarque para uma boa OM, as autoridades do navio não querem indicar ninguém e colocam um “caminhão de areia” - dizem que o militar é imprescindível a bordo, que exerce função importante, etc. -, como se ninguém merecesse esse “prêmio”. Mas se o desembarque é para uma furada... 
     Quero deixar bem claro que não considero meu emprego o pior de todos, muito pelo contrário. Vou me aposentar bem novo em relação aos demais brasileiros; ganho um salário razoável, que me permite viver com dignidade, pelo menos por enquanto; conheço um monte de lugares e pessoas legais graças ao meu trabalho; tenho experiências de vida que muitos de meus amigos, que ganham até mais do que eu não têm... Mas o fato de gostar do meu trabalho, não me deixa cego a ponto de não enxergar as coisas erradas e não querer que ele melhore em alguns aspectos.